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Gravidez na adolescência

A gravidez na adolescência é, tal como o nome indica, a gestação de um novo ser humano enquanto a mãe é adolescente. Portugal apresenta a 8ª maior taxa de gravidez na adolescência da União Europeia.
Apesar de toda a informação já existente sobre o assunto e meios de prevenção disponibilizados, a gravidez na adolescência continua a apresentar-se como um acontecimento comum na população, o que nos levanta várias questões:

  • Quão informados estarão os jovens sobre os vários métodos contraceptivos existentes?

  • Estarão cientes dos riscos de uma gravidez precoce?

  • Estarão satisfeitos com o apoio que recebem nesta temática?

 

A Organização Mundial de Saúde define biologicamente o período da adolescência nas idades entre os 10 e os 19 anos. Mas em termos sociais, a adolescência estende-se pelo período no qual o jovem ainda está em desenvolvimento físico, mental e social, onde ainda não possui na totalidade os meios e as competências que o tornam capaz de assumir os deveres de um indivíduo adulto, o que inclui muitos dos estudantes universitários.

Ciclo Menstrual

O ciclo menstrual engloba um conjunto de alterações fisiológicas que ocorre nas mulheres férteis, tendo como finalidade fecundação e, consequentemente, a reprodução.
Compreende dois ciclos: o ciclo ovárico, (fases folicular, ovulação e luteínica) e o ciclo endometrial (fases menstrual, proliferativa e secretora).

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Os ciclos menstruais contam-se a partir do primeiro dia de hemorragia menstrual e, apesar de alguma flutuação, duram entre 21 e 35 dias.

Nos primeiros 15 dias do ciclo menstrual, depois da menstruação, os níveis de gonadotrofinas LH e FSH (hormonas libertadas pela hipófise anterior, uma glândula endócrina) são baixos, havendo também níveis baixos de estrogénios e progesteronas, as hormonas sexuais femininas.
Na altura da ovulação, ocorre um pico de LH, juntamente com uma libertação elevada de estrogénios. Estes níveis elevados de hormonas contribuem para a libertação de um ovócito (ovulação) que fica disponível para ser fecundado por um espermatozóide, dando origem a um ovo que poderá resultar na gestação de um novo ser humano. É nesta fase, designada como período fértil, cerca de 5 dias que antecedem e 1 a 2 dias que sucedem a ovulação, que a mulher poderá engravidar. A mulher pode notar a presença de corrimento vaginal transparente, aumento da sensibilidade mamária e leve dor na região do útero.

Por fim, nos dias finais do ciclo menstrual, dá-se a fase luteínica com formação o corpo amarelo no ovário, que vai produzir hormonas fundamentais para o sucesso da implantação do óvulo no útero no início da gravidez. Esta fase dura aproximadamente 12 a 16 dias. Se houver uma gravidez, o corpo amarelo mantém-se em funcionamento mais algum tempo até ser formada a placenta. Caso contrário vai degradar-se e desaparecer, dando origem a uma nova menstruação.

Os ciclos menstruais iniciam-se nas primeiras menstruações e repetem-se até à menopausa. Salvo algum problema de saúde ou nas mulheres que fazem contraceção, é possível em todos os ciclos que a mulher engravide. Por princípio, a presença da menstruação significa que a mulher não está grávida, mas exceções, como situações de hemorragias durante a gravidez (que podem parecer uma menstruação).

Riscos da gravidez na adolescência

A projeção de si mesmo no futuro, elemento importante da construção da identidade na adolescência, é substancialmente afetada no caso das adolescentes que engravidam, que precisam lidar com uma nova perspetiva temporal dada pelo desenrolar da gravidez e do próprio desenvolvimento do bebê após o nascimento.
A gravidez na adolescência pode desencadear inúmeras complicações, a nível psicológico, social e físico na vida das jovens estudantes:

  • Medo de serem rejeitadas socialmente

  • Rejeição do bebé (devido à incapacidade para lidar com a responsabilidade de ser mãe)

  • Ingresso precoce no mercado de trabalho

  • Vítimas de violência e negligência por parte do pai do bebé, família ou sociedade em geral

  • Problemas económicos e familiares

  • Maior taxa de abandono ou insucesso escolar em pais precoces

  • Crise emocional, que pode levar a stress, depressão, suicídio.

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Apesar dos riscos a nível físico serem relevantes, neste período de vida, a maior consequência recai a nível social e psicológico. Efetivamente, uma jovem que engravide precocemente pode pôr em causa o seu desempenho escolar, bem como o seu futuro profissional. Outra das dificuldades que surge prende-se com o criticismo social a que a adolescente está sujeita que pode culminar no isolamento da mesma.

Agrupamento de Escola de Esmoriz-OvarNorte copyright@2020-Íris Pinto 

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