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Adolescência e ansiedade

A adolescência é um período de transição entre a infância e o estado adulto, onde o/a jovem procura um sentido para a vida, experimenta e confronta-se com tarefas essenciais à formação da sua identidade e à construção da sua autonomia. A par deste caminho, a puberdade faz surgir um conjunto de transformações físicas, de sentimentos e de pulsões sexuais que exigem de si reajustamentos e adaptações. E, por isso, muitas vezes este é um percurso complicado, cheio de dúvidas, inseguranças e questões que, quando não encontram as respostas adequadas, geram angústias e agitações – razões básicas para o aparecimento de distúrbios ansiosos na adolescência.

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Deste modo, a adolescência afigura-se como um período da vida onde a ansiedade patológica ocorre com frequência, começando muitas vezes a estruturar-se nesta idade para o resto da vida. Falamos, então, de ansiedade patológica quando os seus sintomas provocam mal-estar e interferem com o ajustamento social, profissional, familiar e/ou escolar da pessoa que a sofre.

Na adolescência, é comum encontrarmos jovens estudantes com altos níveis de ansiedade que perturbam a concentração e a memória, conduzindo depois a dificuldades e ao insucesso escolar. O medo da morte também pode manter-se como parte da angústia existencial de alguns adolescentes, revelando níveis de ansiedade que provocam a desestruturação do comportamento. Ou o evitamento de situações sociais que levam o/a jovem a isolar-se cada vez mais pode conduzir ao desenvolvimento de uma fobia social.

São várias causas que podem despoletar aquilo que Santos Pereira, chama de “medo sem sentido”( um medo que se alimenta do medo que o medo é – uma incerteza, uma angústia). A adolescência é, pois, um terreno fértil para o seu aparecimento, sendo importante proporcionar aos/às jovens as ferramentas necessárias para a sua resolução, para que a ansiedade não permaneça nas suas vidas enquanto for incapacitante.

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